27 de July de 2024

BTS no serviço militar: explorando os motivos por trás da disciplina rigorosa no exército sul-coreano

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A narrativa histórica contribui para entender por que as estrelas de k-pop mais renomadas do mundo decidiram pausar suas carreiras para cumprir o serviço militar.

Não houve alternativa. Em dezembro de 2023, os últimos integrantes do grupo de K-pop BTS começaram o serviço militar, unindo-se aos seus companheiros de banda nas fileiras do exército sul-coreano. Embora tenha gerado mobilização entre os fãs, a notícia não foi surpreendente. Na Coreia do Sul, é obrigatório que todos os homens com idades entre 18 e 28 anos se alistem e sirvam no exército, mesmo quando fazem parte de um dos maiores grupos musicais do país e do mundo, com impacto significativo no turismo e em outros setores econômicos.

A importância do K-pop, gênero musical ao qual pertencem, e do próprio grupo é tão significativa que em 2020 o parlamento sul-coreano aprovou a “Lei BTS”, permitindo que os membros adiassem sua incorporação militar até completarem 30 anos. Contudo, o prazo para os mais jovens expirou no final de 2023, e desta vez não foi possível prorrogar.

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Para compreender por fim, por que o serviço militar sul-coreano é tão rigoroso e qual sua relação com a Guerra da Coreia, que persiste há mais de 70 anos.

O Modo de Operação do Serviço Militar na Coreia do Sul

O serviço militar na Coreia do Sul opera de maneira semelhante ao Brasil, sendo obrigatório apenas para os homens. No entanto, ao contrário do Brasil, onde muitos jovens acabam sendo dispensados após se apresentarem, na Coreia do Sul, todos os indivíduos que se alistam são obrigados a cumprir o serviço militar.

O período de serviço militar na Coreia do Sul é notavelmente mais longo em comparação com o Brasil. Enquanto no Brasil a obrigação é de doze meses, independentemente da força militar escolhida, na Coreia do Sul, a duração pode se estender até dois anos, dependendo do braço militar em que a pessoa é designada.

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Tomando como exemplo o BTS, Jin, membro do grupo que iniciou o serviço militar em dezembro de 2022, deve permanecer nas forças armadas até junho de 2024, totalizando um ano e meio em serviços de campo. Já SUGA, outro integrante do grupo, cumprirá o serviço entre setembro de 2023 e junho de 2025, totalizando 1 ano e 9 meses. Devido a uma lesão no ombro, SUGA foi designado para atividades administrativas.

Um dos motivos fundamentais para os sul-coreanos cumprirem obrigatoriamente o serviço militar é de ordem prática: o país possui uma população de apenas 50 milhões de habitantes, consideravelmente menor em comparação com o Brasil, que possui 203 milhões de habitantes, por exemplo.

Entretanto, o tamanho da população não é a principal razão para a rigidez do alistamento. A Coreia do Sul necessita de um contingente militar preparado devido ao fato de ser um país ainda em estado de guerra. O objetivo é garantir uma mão de obra militar qualificada e suficiente para um eventual conflito com a Coreia do Norte, conforme explicado pelo professor Sebastian Fuentes.

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A Conflituosa Permanência da Guerra na Coreia

Para compreender a complexidade do conflito entre a Coreia do Sul e a Coreia do Norte, é crucial retroceder no tempo e lembrar que, originalmente, essas regiões constituíam um único país. No início do século 20, a Península Coreana foi invadida e subjugada pelo império japonês, que colonizou a área de forma extremamente violenta. A libertação da Coreia ocorreu apenas após a Segunda Guerra Mundial, com a derrota dos países do Eixo, incluindo o Japão.

Entretanto, a paz entre os coreanos foi efêmera. Pouco tempo depois, o mundo se viu envolto em uma nova guerra, a Guerra Fria, que dividiu o planeta entre os adeptos da União Soviética e dos Estados Unidos. Na Península Coreana, essa divisão foi evidente, com a parte norte ocupada pela URSS, de orientação comunista, e a sul pelos EUA, de orientação capitalista.

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As diferenças políticas e econômicas se intensificaram, resultando na separação dos territórios em 1948, formando dois Estados independentes. Contudo, a divisão não foi suficiente para garantir a paz, já que ambas as partes reivindicavam a totalidade da península.

Em 1950, a China, aliada à União Soviética, apoiou a Coreia do Norte em uma invasão à Coreia do Sul. Tropas americanas foram enviadas para auxiliar a Coreia do Sul, desencadeando assim a Guerra da Coreia, que perdurou até 1953 e resultou em quatro a seis milhões de mortos. Naquele ano, os dois países concordaram em estabelecer um cessar-fogo. O armistício de Panmunjom foi assinado como um acordo temporário, uma vez que nenhum dos lados reconhecia ter perdido a guerra.

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Foi estabelecida a zona desmilitarizada no paralelo 38 e, desde então, soldados dos dois lados patrulham suas respectivas fronteiras. No entanto, uma certa tensão ainda persiste, com ameaças de invasão e preocupações relacionadas a armas nucleares.

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